segunda-feira, 14 de maio de 2007

Cigarro eletrônico ajuda fumantes a largar o vício

Um aparelho desenvolvido na China pode se transformar em mais uma arma para as pessoas que querem parar de fumar. O "e-cigarette", como está sendo chamado, funciona da mesma forma que os adesivos e chicletes de nicotina, entregando aos poucos a substância ao fumante.

A principal diferença do cigarro eletrônico em relação aos outros produtos é a simulação do ato de fumar, que pode ajudar as pessoas a largar o vício. Ele emite até fumaça, mas de vapor.

"Ele parece um cigarro e permite às pessoas sentirem o prazer de fumar. Isso faz ele ser diferente", disse Scott Fraser, vice-presidente da empresa chinesa Golden Dragon Group, fabricante do cigarro eletrônico, que funciona com uma bateria.

O "e-cigarette" já está sendo vendido na China, Israel, Turquia e alguns países da Europa. Ele custa em torno de US$ 208. Neste ano, a empresa espera dobrar as vendas atingidas em 2006, que chegaram a US$ 36 milhões.

Tecnologia acaba com fios e transmite eletricidade pelo ar

Fonte: IDGNow!

Empresa norte-americana desenvolve tecnologia que transmite baixas voltagens pelo ar e recarrega pequenas baterias.

Que tal cortar os fios? É o que promete a tecnologia da Powercast, uma pequena empresa norte-americana, cujo produto que permite isso vai ser lançado até o final de 2007.

A Powercast criou um pequeno transmissor que envia baixas voltagens de energia pelo ar que funciona de forma tão simples quanto recarregar a bateria de um celular.

Um transmissor é colocado em uma tomada na parede e envia, de forma segura, ondas de rádio de baixa freqüência.

As ondas de rádio mudam a freqüência quando encontram paredes ou objetos. Pequenos receptores que estão no equipamento, que pode ser um MP3 player ou um celular, “ouvem” a freqüência e capturam 70% da energia do sinal de rádio. Esta freqüência é convertida em eletricidade.

As aplicações são ilimitadas. Pense na bateria do seu celular sendo carregada enquanto você está sentado na mesa de trabalho. “Qualquer equipamento que use pequenas baterias pode se beneficiar desta tecnologia”, declarou John Shearer, CEO da Powercast, em entrevista por e-mail para o IDG Now!.

No ano passado, foram vendidas 3 bilhões de pequenas baterias. Esse mercado chamou a atenção da gigante Philips, que assinou acordo com a Powercast e já demonstrou um protótipo de uma luminária com a tecnologia, que deve ser lançado até o final deste ano. Em 2008, teclados e mouses sem fio serão anunciados.

Outras 100 empresas, que incluem os principais fabricantes de telefones celulares, tocadores MP3, indústria automotiva, sensores de temperatura, já assinaram acordo com a Powercast.

“Estamos introduzindo uma forma prática de enviar energia pelo ar”, diz o CEO da Powercast, que já ganhou investimentos de 10 milhões de dólares de investidores privados. “Esta tecnologia vai simplificar o design, fabricação e o uso de equipamentos móveis com baixo consumo de energia.”

A tecnologia da Powercast não é apenas prática: é barata também. A empresa, que trabalha fornecendo sua tecnologia para terceiros, estima que o transmissor e o receptor tenham um custo inferior a 10 dólares.


Pelo fato de transmitir baixas voltagens, a tecnologia da Powercast foi aprovada rapidamente pela Comissão de Comunicações dos Estados Unidos (FCC, da sigla em inglês).

Limitações
Transmitir energia pelo ar, da forma proposta pela Powercast, tem suas limitações. A primeira é que os beneficiados são aparelhos que usam pequenas baterias ou pilhas AA e AAA. A distância entre o transmissor e equipamento eletrônico, por enquanto, deve ser de aproximadamente um metro.

Equipamentos com grandes baterias necessitam de longas horas de carga. O celular, por exemplo, pode demorar uma noite inteira para que metade de sua bateria seja carregada.

Será que um dia a tecnologia conseguirá trabalhar com grandes baterias como as de notebook? O CEO da Powercast prevê que sim e conta com um aliado: a tendência da indústria de desenvolver equipamentos que gastam menos energia.

terça-feira, 8 de maio de 2007

CENÁRIO ATUAL DAS TECNOLOGIAS LIGADAS À ROBÓTICA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O que você tem hoje, o desenvolvimento que é esperado para a inteligência artificial aplicado ao que a gente chama de agentes situados - por exemplo esses robôs que se movimentam no ambiente em que estamos, no ambiente real - não são simplesmente sistemas simulados no computador. O que se espera para os próximos anos é um desenvolvimento muito grande, porque vários problemas tecnológicos foram resolvidos, principalmente relacionados com capacidade de realizar processamento computacional. E para os próximos anos, eu diria que é quase certo que tenhamos robôs móveis atuando no ambiente dos seres humanos. Quer dizer, vai ser a primeira vez que vamos estar convivendo no nosso meio com entidades artificiais que se movimentam e que interagem de forma dinâmica conosco e com entidades que pertencem ao nosso mundo. Então, você vai estar sentado em sua sala e vai haver efetivamente robôs carteiros, com a capacidade de entrar na sala e anunciar que há uma carta para você. Nós não estamos longe disso, não. Há um "brinquedo" - entre aspas - que é muito popular no Japão, o robô Aibo, que é um cachorrinho que se comporta de forma autônoma e tem várias capacidades que foram implementadas a partir desse avanço do poder computacional. Para um leigo, para uma pessoa não muito exigente, o Aibo é um cachorro doméstico mecânico. Entidades como o Aibo, robôs como ele, tendem a ser comuns no nosso dia a dia. Há projetos até que usam o Aibo para fazer vigilância, esse próprio robozinho que é um cachorrinho de brinquedo pode ser usado para fazer vigilância de ambientes. Versões mais sofisticadas dele podem ser usadas para fazer inspeção em ambientes perigosos, em campos minados etc. Cito uma empresa, chamada ActiveMedia, norte-americana, para falar do potencial comercial que essas aplicações de robôs móveis estão começando a ganhar. A ActiveMedia, até pouco tempo atrás, tinha como mercado principal o desenvolvimento de robôs móveis para o ambiente acadêmico, de pesquisa. Hoje, eles já estão direcionando para aplicações comerciais. Então, já existem robôs aspiradores de pó, que atuam de maneira autônoma, você o liga e o robô sai aspirando o pó da casa, você já tem alguns robôs também desenvolvidos pela ActiveMedia para fazer inspeção autônoma em plantas industriais, em chão de fábrica. Então, a tendência é que isso vá aumentando. Carlos Henrique Costa Ribeiro, professor do Departamento de Teoria da Computação do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)
Em termos de desenvolvimento mundial na área de robótica - vamos dizer mais na área de humanóides -, ainda estamos muito aquém do que o filme (Eu, Robô) apresenta. Falta muita coisa. Estou falando em um estado de arte hoje em dia. É lógico que há grupos da Universidade de Tsukuba no Japão, grupos no Centro Europeu de Mecatrônica na Alemanha na área de robótica, um grupo francês também de Lyon, enfim, vários grupos que estão trabalhando no desenvolvimento, por exemplo, de robôs que podem subir uma escada, imitando, grosseiramente, um ser humano. Há robôs que conseguem andar de bicicleta, por exemplo. Só que, para se ter idéia, o robô e a bicicleta são um só objeto. Não há uma flexibilidade como a do ser humano.
É lógico que o sonho traz consigo a realidade. Por exemplo, no grupo de Tsukuba, tenta-se imitar até o movimento das faces - você sabe que nós temos milhares de músculos na face e cada músculo precisaria de um processador. Então, para a gente chegar ao ponto de ter um movimento perfeito, nós ainda não temos tecnologia para isso. É lógico que está se tentando.
... Por exemplo, hoje em dia o pessoal até está deixando um pouco de lado os robôs industriais, porque a tecnologia desses robôs, das montadoras de carros, por exemplo, praticamente já está estabelecida. O que hoje o pessoal está tentando desenvolver são robôs que possam fazer serviços dentro de casa. Então, já temos, por exemplo, robôs que à noite você os liga e eles vão limpando o chão. Eles se mexem, têm sensores e atuadores. Tem um estímulo, eles processam este estímulo e executam uma tarefa. Há alguns cachorrinhos que os japoneses adoram. Se você está perto deles, por exemplo, o coração emite um som e há um sensor que capta essa vibração, e se a vibração está muito alta, significa que a pessoa está nervosa, então eles emitem sons de acordo com essa pulsação. Mas esse processo é muito simples, programado.A tendência hoje em dia é ter robôs que possam executar serviços dentro de casa, de limpeza, de vigilância, e algumas perspectivas com alguns modelos que já existem pesando cerca de 300 quilogramas, que imitam as duas pernas, dois braços, caminham, mas não com aquela beleza que o ser humano caminha. É lógico que o ser humano não vai parar. Ele vai continuar a pesquisar até chegar a esse ponto, onde você tenha que, de alguma maneira, trabalhar com o que se chama a vontade de fazer, de executar uma ação.Em termos de inteligência artificial, as tecnologias têm avançado muito. O pessoal está conseguindo realmente dar passos grandes na área, com o único intuito de duplicar ações intuitivas que o ser humano tem. Hoje em dia já existem associações científicas específicas só de inteligência artificial, congressos internacionais de boa reputação que só tratam de inteligência artificial, e estão desenvolvendo novos métodos, novas abordagens, novo instrumental, e cada vez mais se aplicando à indústria. Um exemplo clássico são as câmeras eletrônicas que quando a luz é muito grande controlam o diafragma, as TVs que se o local está muito escuro melhoram automaticamente o contraste, quando você se aproxima elas diminuem o som, se você se afasta, elas o aumentam. Mas tudo através de sensores que lêem certos parâmetros para executar uma tarefa.
Um robô que tem seis graus de liberdade, ou seja, se movimenta em seis linhas diferentes, cada grau de liberdade, cada movimento precisa, vamos dizer entre aspas, de "um computador". Só a mão humana tem 72 graus de liberdade. Então, veja a complexidade de você imitar o ser humano. Tem uma coisa: esse sopro de vida que nos foi dado tão à vontade. É isso que não há inteligência artificial que possa, que se imagina hoje em dia que possa realmente simular. No filme, o robô adquire vontade própria. Isso é um sopro divino, que é a vida que a gente tem. Agora, na prática, dizer que nós chegaremos lá...? Hoje em dia se está muito, muito longe de se chegar próximo a alguma coisa parecida a isso.
Sadek Alfaro, professor do Departamento de Engenharia Mecânica e Mecatrônica da UnB (Universidade de Brasília)
Isso (o desenvolvimento de novas tecnologias em robótica e inteligência artificial) é realmente um ponto de bastante discussão. Hoje em dia há linhas de pesquisa - inclusive que eu diria de filosofias, até porque essa área está mais próxima do que poderíamos chamar de filosofia científica, ou filosofia da Ciência -, existem cientistas desta área que acham que nunca vai chegar a esse ponto (representado no filme e no livro de Isaac Asimov, em que máquinas adquirem características humanas). Para isso, deveria ter o substrato humano. Tem gente que é radicalmente desfavorável à idéia de que se consiga fazer uma máquina que tenha um comportamento igual ao do ser humano. Por outro lado, há aqueles que têm um comportamento mais, digamos, otimista, e outros que são até muito otimistas - mas aí também eu não me incluo e acho que pouco gente da área científica se inclui - que acham que seria fácil fazer com os recursos atuais máquinas que fossem correspondentes ao que a gente espera de um ser humano. Mas existe um caminho intermediário que acho que é o que afinal está sendo desenvolvido: tentar pesquisar formas técnicas de implementação de algumas características que até hoje foram desprezadas, que não estão nos computadores.
... Em termos de robótica (ao contrário do desenvolvimento em inteligência artificial), é pior (o avanço), tendo-se como referência os robôs que há por aí. Os japoneses estão trabalhando bastante nisso, eles adoram esses robôs parecidos com os seres humanos, mas, realmente, é bastante complexo você fazer que um robô tenha o conhecimento primário de uma criança. Então, aí há muita coisa ainda a ser feita. Não vai ser agora, nos próximos anos (que teremos resultados expressivos). Vai demorar bastante tempo para a gente ter uma visão melhor de quanto tempo vai levar para se chegar a um robô que tenha um comportamento parecido com o humano. Paulo Martins Engel, Professor do Instituto de Informática da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).